Bem - vindos queridos mequetrefes!!!


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Quentura


‎O sabor do café envolveu-me numa quentura
Dançou as vísceras e espírito
Deliciando calmamente cada gole
Embriago seu café
Prefiro beber da fonte
Na sua chaleira
Apimentar em você
Seu café na minha chaleira
Entre aberta
Bebi de súbito
Desce em minhas pernas suores
Gosto palato intelectual
Saliência de café
Vamos tomar juntos?
Prometo esquentar
Tuas intimas
Tua fome
Língua formigante
Lambeu o preto.

Silmara Silva


segunda-feira, 26 de março de 2012

O Santo Palhaço



Esconde na pequenez máscara o segredo
Que de joelhos curvados o riso se faz oração
E dança suas dores para alegria transcender
Es grande na alma dos sonhos esquecidos

Chora palhaço para fazer crescer o mundo
Mesmo que ninguém o veja reluzem cores
Teu espírito está acima de todos os pobres
E tuas retinas são raios de uma eterna luz

Veste-se de pão e verso na rua dos deuses
Rodopia na praça teu suor e teu perfume
Abraça a criança o velho e a morte se vier
Come o cheiro das pessoas e encanta o sol

Meu santo palhaço que estas no picadeiro
Santificado seja suas palhaçadas no reino
Seja feita a felicidade na terra e no céu
O palhaço rir para não chorar!Amém.

Silmara Silva



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Prontuário


Entre borrados escritos meu diagnóstico diário de concepções internou-se
Alguém alterou meus efeitos danosos ao longo de uma vida descontrolada
Receita insuficiente que tomei ao penetrar nas correntes sanguíneas da vida
Infectada de idéias excessivas nas reações adversas corrompe os corredores

Nas colunas de um branco celestial encontram-se soros perambulantes atroz
Sede de nada e fome de alta construção mental e prazeres inertes as vontades
As agulhas sussurram as almas aflitas liquido destroça o doravante imaginário
Levanto em direção ao vaso inócuo água e veneno implantado nos meus caos

Aos que me olham sem me ver superficialmente me detonam a maca ao fundo
Nem gritos e nem gemidos os danos estão resguardados em anos de sofreguidão
Eu vejo aqui de dentro de fora eles passarem intactos e distantes dos semi - vivos
Cuspiram todo o mundo na soberba de aliviar nossas dores lascivas rasguei meu nu

Um dia viveu na vida de lamentações sanguessugas inativos na correria do frio letal
Sou um arquivo indestrutível nadando para um mar sem começo afogando meu ar
Não sou o que escreves nem tão pouco sou experimento sem solução de tua mente
Sou a cura de todos os males e o remédio de defesa e de acusação de mim mesma.

Silmara Silva

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Clausura

O sol que sai todos os dias de dentro de mim
É o que ainda me salva dos tormentos ingeridos
Mais confesso que os olhos cegos me avassalam
Há uma retração de pele onde o prazer se rasga

Ando sem chão no céu das minhas pelejas diárias
Encontro mil bocas e vultos de uma noite fumante
E como dói beber ao longe o cheiro forte de gente
Disponho-me a comer os gemidos dos derrotados

Na liberdade de está presa por desencontros meus
Quem passa por mim não ver o ser que não existe
O que está vivo no mormaço de um corpo voando?
Uma inquisição dominante de idéias desabotoadas

Irei correr e sair desse mundo nu na devastação
Somente minhas carnes frias sentirão a substância
E ao mestre maior que abra as portas da clausura
Não regressarei aos maus vividos anos retrógados.

Silmara Silva

domingo, 21 de agosto de 2011

O Artista na Dor


Um brinde aos goles rasgados que respiram o vapor da minha encenação. Alguém me escuta?Alguém me interpreta?Sabe quem eu sou?Sinto ao longe minha respiração. Bom!Quero embriagar-me nessa desventura de ser eu mesma, desnuda-me!Enxugarei o meu lúdico no guardanapo que tudo escuta e que nada sabe. Danço os passos de uma guerra derramando o suor do meu ensaio e do prazer. Olhem todos para cá, vejam!Este é o meu, o seu, o nosso, exponho a todos: Aqui lhes entrego o sangue avermelhado do artista que só chora de tanto rir da desgraça do pão seco de todos os dias. Será preciso corromper-me?O ciclo está se fechando, baila o ator, atua a dançarina, canta o artista plástico. E geme de dor o artista de rua, da lua, do palco, dos becos, de dentro de suas casas, do céu e do mar. Não venho aqui pedir piedade, venho aqui pedir que nos olhem com fé, que nos beije sem traição, que nos abrace com força, que nos aplaudem com sinceridade, que nos paguem se tiverem consciência. Que nossa arte faça parte da cesta básica e vos alimente a alma e nos livre da assombração do nada.
Silmara Silva

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

... Pensamentos Diários ...

"A morte me puxa para dentro da garrafa...me afogo no alcóol...embebedo a morte e mato-a com o fogo do fósforo...jogo as cinzas no rio perto de casa".

Silmara Silva

sábado, 9 de julho de 2011

Tempo


E se nasci na época errada meus antepassados que me perdoem não
Mas grandes revoluções internas se criaram nas linhas do tempo aqui
E nas grandes navegações de minhas aventuras eu tenho dito lutei ali
Amordacei as labaredas de lágrimas que inundaram os oceanos azuis

Sobrevivência em terra de mentes fechadas a glória é para poucos sei
E as vielas de conversas abafadas transitam em meio às saias largas ai
Entorpecer no porão a bebida quente da modernidade do homem viril
Bebem grosseiramente as palavras de alguém que não se mostra vivo

De repente o silêncio daquela noite sorriu para as estrelas nostálgicas
Todos os corpos sujos audaciosos se fizeram de mercador tempestivos
A vida ali é apenas farol que guia os tripulantes desse navio de sonhos
Não se nasci mil vezes se nasci para o nada e para a existência de ser

Houve se um sonoro apito ao longe do corpo do mar dançando assim
As sinaleiras nos avisam que à hora do retorno é chegado em terra não
Há uma divisão entre o crepúsculo e o amanhecer nasceu sem tempo fui
Libertem-se todos os viventes de todos os tempos recuados da história.

Silmara silva