E eu não sei comer isso de tempero forte
Os cantos de minha casa já não suportam
Minhas crises de ânsia apodrecem as paredes
Alguém bebeu meu encontro poético
Comeram o endereço da esquina
Breve indigestão da rua que se perdeu
Não voei ao longo do que não vi
Só buscava ver além do outro além
Morri de fome comendo a espera
Do tempo que não veio me ver
Chorei dentro de todos sim
Com que máscara vou sair
Se na face não sei mentir
Sobrevivo de dentro do vácuo
A sorte minha senhora algoz.
Silmara Silva
Silmara Silva
6 comentários:
mil palavras que eu escrevesse aqui não seriam dignas, incapazes de descrever a força da tua poesia...
:*
[...] linda de verdade, exímia poetisa!!!! bjo Sil...
Silmara, por dentro somos todos esfomeados disfarçados de gente saciada.
Um beijo!
Acredito em Schopenhauer quando ele afirma que nosso estado de espírito oscila dicotomicamente entre a dor e o tédio. Contudo, escrever versos encharcados de melancolia e dor auxilia-nos a suspendermos momentaneamente esse sofrimento intrínsecos a nossa essência e, além disso, permitem-nos uma auto-compreensão. Lindo texto querida de alma em conflito. Beijão!
Nossa! estou impressionada com o q agora acabei de ler, ñ vou ousar fazer um comentário.
silmara muito lindo msm parabéns!!!
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