Bem - vindos queridos mequetrefes!!!


domingo, 28 de setembro de 2008

Paradoxo



Meio dia e meia da noite
O barulho da rua
Buracos escalvados
Circunda uma melodia solar

Corta-me!
Corta-me!
A lâmina do sol escuro esfaqueia
O vento que queima
A pele do asfalto

O dia corre suado
Atrás do espectro do eu sofrido
E,agora não mais que a tarde
Vou vestir o vulto da noite
E,na alcova
Descansar da fadiga da madrugada!

Silmara Silva

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Presença



Não pises aqui!
Tuas passadas incomodam - me!
Odeio teu corpo pousado no chão
Odeio as cores das roupas que tu vestes
Teu simples fechar e abrir de boca
Sufoca - me os nervos
O vento que tu deixas no ar
Envenena minha sede
Dentro do teu orgão azedo e nojento
Imagens da infância roubada
Fica longe efêmero!
Teu mundo de sinestesia
Incita meu suícidio
Não olha!
Não fala!
Não respira!
A primeira chance do eu;
Ou talvez será sim ao tempo que;
Mergulho - te no esgosto
Ou amo - te em fim.

Silmara Silva

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Soneto de Linda Menina




Belo verde que embeleza o crepúsculo
Numa tarde onde as flores dizem sim
Ao balançar das árvores da Frei Serafim
É Teresina que se mostra quente ao vento

Vejo-te aflorar a cada esquina Teresina
Onde teu suor quente me enlaça com fervor
E tua água mata nossa sede em favor
Do povo reunido em teu sorriso de menina

Da ponte metálica o Pai Parnaíba
Que deságua no seu ventre despido
E o Poti que sorrir e nos fascina

Mas - Teresina menina! – Contemplo teus sonhos
Que renasce no choro da criação divina
Não és só verde e sim o colorido das almas dos tristonhos.


Silmara Silva

domingo, 7 de setembro de 2008

Essa Vida Desconsertada



Vida minha desconsertada
Sentada numa praça qualquer
Ouvindo o barulho infernal dos carros
E procuro entender o por que
De tantas injustiças
E atrocidades

Vida minha desconsertada
As cobras da sociedade
É que ditam a verdade
E nunca admitem o erro
Da crueldade
Essa vida é mesmo
Engraçada

A hipocrisia é evidente
Pobres e ricos
Já não se entendem
O rico meu Deus
É pobre de alma
E o pobre coitado
Agoniza calado

Essa vida minha
De milhões de brasileiros desconsertados
Que sofri o peso
De viver em liberdade
Com tanta violência
Fome. Roubalheira e desigualdade

E até onde vai a falsidade dos poderosos engravatados?
Solução morreu de esperar
O inesperado
Ô Deus!
Ô Deus!
Só você sabe.

Silmara Silva