Bem - vindos queridos mequetrefes!!!


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Idéia de Morrer


Acordo lânguida ----sombras seminuas
Que pesam nas minhas pálpebras
Fitando o murmúrio amargo
De uma morte escaldante

Vejo meu corpo de ontem
Meu rosto de ontem
Meu sangue e nervos
De ontem...
Numa palidez fria

Oh!Ouço gritos, gemidos.
Pessoas choram sobre mim
Na ânsia de entender
Choro lágrimas enfezadas


Resta o vazio prematuro
Que expira na minh’alma doente
O devaneio melancólico
E a idéia exasperada
De morte...

Soam sonolentos enfermos
Em meus ouvidos
E, se eu deliro.
Num sôfrego constante
Revelam entre os céus
Entre as flores sujas
A minha idéia de morrer.




Silmara Silva

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Memórias Diárias

" As janelas do Getúlio Vargas dormem o sono dos enterrados, nada se escuta, nada se vê, não há gosto, não há contato, não há respiração, nossa que cansaço! É entrar e sumir pelas paredes úmidas, os corredores frios sofrendo o cheiro da dor alojada. Conforta-me receber ALTA! Porém quando não há, o caminho já se sabe ... sábado de muito sol, dou de cara com a esquina e fico a sentir o Getúlio Vargas ".

Silmara Silva

domingo, 23 de novembro de 2008

Memórias Diárias

Alguns minutos da manhã de sábado em meio a soluços e olhares intencionais, passei por uma regressão quase que irreversível, em que olhei para dentro de mim mesma e, vi uma criatura que tem muito para aprender, surpreender, errar e acertar no momento oportuno as possibilidades das situações propícias ao meu alcance da hora que penso está em mim. Voltei a uma idade fugida aos tempos atuais, merecera toda complexidade meu crescimento íntimo, buscava algo que não existia dentro dos padrões de minha ideologia, era tomada de ilusões errantes, alimentei mal o corpo e o espirito e agora nessa tentativa de entender o nada que se passou fico a procurar o ar, ar, ar sem ar. As minhas lágrimas descem sem nenhum afeto e vejo como fui idiota e ingênua dentro de um tempo cheio de questionamentos existenciais, problemáticos e encestuosos, nojento e fatal. Houve sequências dolorosas na transição de pensamentos entre a adolescência e a fase adulta, sendo que essa segunda ainda estou a conflituar, porém acho que nem exista, a primeira te remete há alterações psíquicas, físicas e sociais e a uma carga de interrogações muitas vezes reles. Foi tomada dessas alterações que busquei o óbvio e encontrei minha pré-destruição, passei um tempo não existindo, era apenas vultos que me levavam a uma exclusão de uma classe alienada, individualista, mesmo oculta e tomada de uma extensa ignorância não me deixei corromper diretamente, mais indiretamente sofri o peso de fazer parte da órgia social! Puta história! Como a pobreza espiritual solitária é podre quase um cadáver. Queria absorver com mais maestria os sussurros dos outros que gritam do outro lado da rua ou mesmo do lado esquerdo da minha casa ,mas não há tempo sou meu próprio peso em medidas incertas, juro que não quero que ninguém ouça meus desesperos, sou apenas o externo para aqueles que me vêem, dentro de casa a vida é outra, a jornada é feroz, a brincadeira é sem graça, os transtornos são inacreditáveis, converso se somente com os livros. Dançar conforme a música é hipocrisia; é regressão solúvel; queria ver suas reações diante do exílio orgânico em que vivo, não desejo isso! Descrever o penso que pensava em está pensando em pensamento quase infartou meu cerébro em uma manhã. Agora na atualidade, se é que existe, pois não difere quase nada de alguns minutos atrás, ou melhor alguns anos, meses, dias... Estou no trabalho, estou tentando trabalhar, não dizem por ai trabalho dignifica o homem? AMÉM! Que irônico, que surreal, que bebida ruim, sobrevivência? E ainda tem acomodados que se acostumam com a vida do sim;sim senhor; claro chefe; tem toda razão; sinceramente prefiro o café e o pão mantegado de todos os dias, pelo menos posso comer o pão sem manteiga e não ingerir gorduras que possa vir a me fazer mal. BASTA! PROLIFERA! PROGRIDE! NÃO PRECISA SE SALVAR! TENTA SÓ SE SOBRESSAIR DAS DIVERGÊNCIAS DAS HORAS AFLITAS! Que droga as 10:45 da manhã, o vibra do meu celular espanta-me os nervos, era meu amigo, irmão, paixão, estamos distantes um do outro a tempos, que dor, que vontade de morrer agora, fiquei sabendo alguns dias atrás que ele estava doente, liguei mais não tive retorno, quando ouvi sua voz de súbito, o calafrio me anestesiou e de ímpeto congelou minha alma, estou muito doente minha amiga! algo atingiu o cérebro do meu querido, a peste mundana chega sem avisar, HOSPITAL DE DOENÇAS INFECTO CONTAGIOSAS - HDIC, MEU DEUS! Vou ter que pausar por aqui esses escritos, sem condições para o momento, fui nocauteada pelas costas, ânsias a me sufocar! Vou apartir de agora morrer um pouco dentro de mim e enfrentar mais uma carrada de sõfregos [...]

Silmara Silva

domingo, 16 de novembro de 2008

A carta (Eu... Talvez...Fim).




Eu preciso despedir-me do vento do agora, das flores do amanhã que já não acorda. Eu tenho que agradecer o chão que eu caminhei nesses poucos anos de vida.Eu preciso sentir o abraço de meus amados amigos antes de desaparecer no infinito do último suspiro.Eu quero dizer a todos os meus versos escritos que no bosque da luz sentirei saudade das inspirações.Eu não posso esquecer dos meus personagens que mexeram como vulcão meu estômago cênico.Eu nunca esquecerei da mamãe...Meu anjo,minha vida,minha mestra,meu amor das noites mal dormidas que passava a me vigiar,meu tudo,minha amiga...TE AMO MAMÃE!Eu mesmo ou sempre distante a vida toda dele: Meu Pai!As raras vezes que ouvi sua voz senti o prazer de pronunciar com a alma: Como vai meu Pai?Eu agradeço de joelhos pensante todos os meus livros, meus companheiros, amantes, perfeitos. Eu declaro a meu único irmão toda minha admiração e amor,e sei do seu amor muitas vezes oculto que sempre teve por mim.Eu só pergunto para minha encarnação passada até com ironia,porém com respeito:Porque eu?Eu aqui entregue aos meus risos, as minhas loucuras frias, as palhaçadas ingênuas dos dias que eu já previa... Eu não poderia esquecer e desde o início eu lembrava compulsivamente da minha vovó,do café com leite que servia nas manhãs,então que já não mais que longe,vou sentir sua presença insubstituível,te abraçarei no bosque.Eu peço desculpas agora,mais já tenho dificuldades em segurar minha pena,com a qual escrevo meus escritos póstumos.Eu pergunto se você que me lê agora,não está sentindo a brasa que evapora dos meus ossos poéticos queimarem com leve ardor as pupilas de seus olhos?Eu peço perdão a Deus por todos os profanos pecados, os sentimentos ruins, a falta de fé... Obrigada pelos dons em mim impregnados de luz.Eu falo sussurrando em meus tímpanos que fui um terço de tudo na vida,e agora nesse momento as palavras saem com dor,calafrios,lágrimas que estalam de fraqueza.Meus ossos estão falando para eu parar,a mente deles não reagem e o estômago está quebrado,a rótula resfriou e a secreção do talvez ou quase do fim encosta com violência.Eu fui a mentira inventada,a doença alojada,um ser conturbado,o fantasma das criações,fui o amor de amores afetados,fui a criança adulta,fui talvez eu feliz?E exatamente agora não posso ser mais nenhum fragmento solto no ar (Eu... Talvez... Fim de mim).

Silmara Silva

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Calçadas



Monstros da avenida principal
Invadem os esgotos públicos
Dos homens da cólera verde lodo
Forte aroma poluir a brisa da calçada imunda

Mergulha na borda tapurus
Que arruína ao sul de nós
A curuba no calo da boca
E o velho do calçamento come suas idéias

Aos cães que passeiam no estômago da crise
Lambe ao velho suas filosofias vivas
A sociedade pesa no bolso
O mundo está dentro da miséria rica

Socorro aos gritos das calçadas lamiadas
Sem infra-estrutura na vida dos incógnitas
Há desconversas nas podres conversas
Salva-te enquanto há tempo homem abastado.

Silmara Silva

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Dantilha


Senhorita Dantilha
Sei que nasceu assinando tua história
Com as pontas da tua essência
E que na vida há de bailar as tristezas!
Onde serás que se escondes?
Talvez entre as orquídeas
Ou entre o veludo das cortinas encarnadas
Te vejo bailar em meio as piruetas
Exalando o perfume dos clássicos
Doce gosto do sabor de menina á sonhar
Que as dores prazerosas do ofício
Seja no amanhecer a recompensa do dia
Não fraqueje no primeiro tombo
Baile compulsivamente para ele
E sorria da realidade amarga
Porém essa realidade de faz bailar no chão com firmeza
Não tenha receio!
Não tenha medo da estrada Dantilha!
Baila com as sombras
Baila comigo
Baila com a morte
Baila com você
Baila Dantilha o vapor da madrugada muda.
Dantilha só te faço um pedido:
Nunca deixe a sapatilha morrer
Deixe á sempre viva
Pois teu coração Dantilha
É a sapatilha viva que encherá por anos
Nossos olhos com lágrimas de amor
De te ver bailar nos palcos da eternidade.


Silmara Silva
(Inspirada na bailarina:Dandara Almeida).

terça-feira, 21 de outubro de 2008


Jamais permiti que meu corpo ficasse gélido...ele apenas tomou forma de pó...Ficando pálido e inerte minha corrente sanguínea...Branco meus tecidos adiposo...Rir já não enxergo o ar da procriação!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Lamentação




Numa noite duvidosa
Num olhar triste
Uma voz piedosa
Foi o fim

Os gritos sufocantes
O desespero dominante
A mente já não responde
A vida que pede uma chance

Choro todo meu pranto
Sem entender o quanto
Não mais do existir

Por fim
Lamento profundamente
Essa vida que teve fim.

Silmara Silva

Indiferença


Meu coração
Jorra o sangue
Preso da indiferença

Meus olhos
Descem lágrimas
Do engano

Meus ouvidos
Escutam o inevitável

Minha boca
Engole palavra
Assassinas

Sofro
Como sofre
A ferida recente

Pois
Estou morta
Para o amor
Sepultada
Para paixão

Estou entregue
Somente
Ao amor
Dos vermes
Ao amor
Da solidão
Da ingratidão

Vivo
Agora
Num malogro
De uma esperança.

Silmara Silva

domingo, 28 de setembro de 2008

Paradoxo



Meio dia e meia da noite
O barulho da rua
Buracos escalvados
Circunda uma melodia solar

Corta-me!
Corta-me!
A lâmina do sol escuro esfaqueia
O vento que queima
A pele do asfalto

O dia corre suado
Atrás do espectro do eu sofrido
E,agora não mais que a tarde
Vou vestir o vulto da noite
E,na alcova
Descansar da fadiga da madrugada!

Silmara Silva

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Presença



Não pises aqui!
Tuas passadas incomodam - me!
Odeio teu corpo pousado no chão
Odeio as cores das roupas que tu vestes
Teu simples fechar e abrir de boca
Sufoca - me os nervos
O vento que tu deixas no ar
Envenena minha sede
Dentro do teu orgão azedo e nojento
Imagens da infância roubada
Fica longe efêmero!
Teu mundo de sinestesia
Incita meu suícidio
Não olha!
Não fala!
Não respira!
A primeira chance do eu;
Ou talvez será sim ao tempo que;
Mergulho - te no esgosto
Ou amo - te em fim.

Silmara Silva

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Soneto de Linda Menina




Belo verde que embeleza o crepúsculo
Numa tarde onde as flores dizem sim
Ao balançar das árvores da Frei Serafim
É Teresina que se mostra quente ao vento

Vejo-te aflorar a cada esquina Teresina
Onde teu suor quente me enlaça com fervor
E tua água mata nossa sede em favor
Do povo reunido em teu sorriso de menina

Da ponte metálica o Pai Parnaíba
Que deságua no seu ventre despido
E o Poti que sorrir e nos fascina

Mas - Teresina menina! – Contemplo teus sonhos
Que renasce no choro da criação divina
Não és só verde e sim o colorido das almas dos tristonhos.


Silmara Silva

domingo, 7 de setembro de 2008

Essa Vida Desconsertada



Vida minha desconsertada
Sentada numa praça qualquer
Ouvindo o barulho infernal dos carros
E procuro entender o por que
De tantas injustiças
E atrocidades

Vida minha desconsertada
As cobras da sociedade
É que ditam a verdade
E nunca admitem o erro
Da crueldade
Essa vida é mesmo
Engraçada

A hipocrisia é evidente
Pobres e ricos
Já não se entendem
O rico meu Deus
É pobre de alma
E o pobre coitado
Agoniza calado

Essa vida minha
De milhões de brasileiros desconsertados
Que sofri o peso
De viver em liberdade
Com tanta violência
Fome. Roubalheira e desigualdade

E até onde vai a falsidade dos poderosos engravatados?
Solução morreu de esperar
O inesperado
Ô Deus!
Ô Deus!
Só você sabe.

Silmara Silva

sábado, 30 de agosto de 2008

Inquietas Flores



É expelido pela boca
O grito sujo das negras flores
De espinhos pérfidos
De perfumes que causam
Um arrebatamento íntimo
E expurga os males que passam
Para dentro de meu corpo

Despida de folhas que fazem milagres...
Coberta de uma luz muito pigmentada
Que chora lágrimas anti – serenas
Não engane meu fado
Suas flores carniceiras

Oh! Por que são assim... Inquietas flores maquiavélicas
Não consigo ver-te fazer o bem
Tenho todos os malefícios grudados em mim
Estou brotando enfermidades
Produzidas por suas mentes florais
Inquietações mentais...

Inquietações de minhas mãos...
Cabelos...
Poros...
Olhos...
Unhas...
Hálito...
Suor...

Quero pra sempre sentir essas inquietações mortais.


Silmara Silva

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Alterações Somáticas



As palavras não vem
estão presas no estômago e cérebro
estão presas no meu sistema nervoso
estou quase infartando
ódio de mim
das atitudes
da hipocrisia
de você
quem sou?
Por favor, alguém ajuda - me!
As lágrimas arranham minha face
já não suporto as lesões
meus amores são sombras
os amigos vapores desgastados
e. eu uma sobra que escorre no ralo
não tenho identidade!
Não tenho sexo!
Não gosto do mundo!
A ansiedade essa próstata
que me incita proferir
meu declínio imbecil.
prometo - te que não escrevo
uma só letra
corto os pulsos como garantia
dessa abstinência metalingüística
alterações do hoje!
Alterações dos segundos!
A ânsia existente como sedativo
leio uma manchete de jornal:
morre uma jovem vítima de alterações somáticas!

Silmara Silva

Necrópole



Recinto do corpo frio
Descanso da carne
Ebulição das vísceras
Enterro da matéria inválida

Endereço do sempre
Terra da maldição
Concentrações de bactérias
Alimento dos vermes

Reuniões de cadáveres
Sepulcros dos sem moradia
Entrada sem saída
Trono dos esquecidos

Apenas idiotas tem horror
Sete palmos de terra
Hoje
Amanhã
Não sei
Só sei que para lá irei...


Silmara Silva

Resta-me Poesia!



Tem me alimentado os últimos dias
Poesia... Poesia... Poesia
Uma poesia de cores e aromas
Uma poesia que frustra
Os fantasmas de meus conflitos

Por que me faz tão mal
P.O.E.S.I. A ?
Como doem minhas vísceras
Como sangra minh’alma
Imploro doidivana esse extermínio

Restou-me essa incansável
Poesia
De todos os segundos
De toda uma vida
O mundo só é mundo
Devido à poesia
Que ainda nos salva.


Silmara Silva

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Nú ápice da loucura


Ontem meus passos denunciavam minha angústia
Pois os olhos que me olhavam
Comiam minhas forças
Bebiam minhas lágrimas
E vomitavam meu desespero
As mentiras mastigadas
Pulsante o seio
Transformam-se em verdades
Cuspidas em minha cara
Com que hipocrisia defendo-me?
Se o cego engole calado
A repugnância do individuo sujo
Veemente...
Veemente...
Veemente subordinado!
Em minha decomposição
Encontro-me agora!
Nu ápice de minha loucura.


Silmara Silva

Dores Individuais


Você que me vê e não me enxerga com os olhos
E rompe a sétima dimensão
De minhas dores alucinógenas
O círculo vicioso se fecha
Implode meus órgãos sentimentais

Sou um ermo sofrível
Em uma zona incurável
E não me deixo transluzir
Sou errante veraz
E tenho impregnado no sangue
A decadência individual

Encarcerado imutável
Em um instante – único
Onde não tenho forças
O amor é essa substância – mortal
Putrefou minh’alma
E reluto cantando a melodia

As dores individuais que possuo
Não é de nenhum ser
São consumidas pelo meu eu
E são somente minhas.


Silmara Silva

domingo, 24 de agosto de 2008

Poemacrítico



É na surdina
Que palavras imundas são ditas
ABAIXO AOS ENCOVADOS!
Que se dizem “sociedade”
Estou cheia do insulto
Precoce dos políticos raquíticos
Ridículos na bruta consciência
Estou farta do preconceito
Exarcebado que prolifera
No âmago do povo
Quero antes o pensamento dos loucos
Quero antes a poética desconhecida dos alcoólatras
Que antes a humildade dos pobres felizes
Não quero saber dessa sociedade
Que vive presa em grades
Produzidas por elas mesmas.

Silmara silva

Fraseado





No intervalo do teu fraseado
tomo meu pretinho
fumo o vapor de tuas vírgulas,
mastigo suas reticências...
não me exclame!
me interrogue?
tomo meu pretinho
dois pontos distintos:
entre (parênteses)
um travessão__detonaste
o ponto final desse fraseado.

silmara silva

sábado, 23 de agosto de 2008

Algo...04/janeiro...


Os anti - depressivos
Já não tem efeito
Nesse organismo vazio
Meu cérebro pode explodir
Dentro de alguns instantes

Perdi todos os controles
O desequíilibrio agora pertence a mim
Fico involuntária as idéias
As lágrimas expelidas
Já não dizem nada

Algo alugou minh'alma
Depois de um olhar encarado
No quarto em penumbra
A voz disse:fica criança!
Quem sou eu agora?

Décimo quinto andar
Altos palavrões dedilhados
A fumaça do cigarro
Agita - me os nervos e pulmões
Vou até a varanda respirar

Chego na minha morada
Os nervos mais conversantes
Mais não durmo!
O tempo é inimigo constante
Durmo...talvez acordo...

E,algo que rir
Toma o meu eu para si
Algo depois do dia 04 de janeiro...
Está morando em mim.


Silmara Silva

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Se eu morrer você vai chorar?



Tenho quase certeza que sim
É engraçado mais penso:
Quero viver mesmo depois da morte
Para assim estar do seu lado
Vai ser um pouco diferente
Mas... Estarei com você
Como sementes que não morrem nunca
Não chore!
Porque vai me magoar
Lembre-se dos momentos azuis
Não entendo porque as pessoas choram...
Se ao morrer celebramos o entardecer
Se ao morrer conhecemos a verdadeira felicidade
A dor é suavizada
É quase certo que só vai lembrar
De minhas doces e incríveis loucuras
Das coisas endiabradas que fiz
Sofri por ter tido idéias encandescentes
Fui diferente de tudo e de todos
Mal compreendida
Briguei para que todos vissem o crepúsculo
Errei muito e acertei pouco
Porém consegui viver até hoje
Até hoje mesmo!Porque amanhã, amanhã não sei...
Minha vida compara a um oceano
Lindo, imenso, rodeado de mistérios assombrosos
E intrigantes
Não tem fim o oceano... Por isso se eu morrer...
Não chore!
Pois posso ser sua respiração
Os batimentos de seu coração
Um piscar de olhos
O vento leve que bate na cortina de sua janela
Não chore!
Não chore nunca...
Pois a morte não é o fim
É o recomeço de uma vida eterna.

Silmara Silva

Rua



O vento frio bate forte
No meu rosto
Anunciando algo
E me encontro sozinha
Na rua

A rua dorme
E apenas meus passos
Caminham sobre ela
Agonizando-a
Sinto medo e angústia

Por um instante penso
Estou sendo observada por ela
A rua que talvez não sei
Finge que dorme

E como um tormento
Ouço de fundo
Uma melodia fúnebre
Em noite melancólica

Rua de mistérios
Segredos escabrosos
Rua que tudo vê
E que nada fala

Rua...
Sei que é assustadora
Na madrugada muda
E na alma nua
Envolve-me.

Silmara Silva

Versos



Versos vazios
Amarga noite
Insólita
Versos da euforia
Enganchado
Na pele do dia

O mundo é feito de versos
Jogado no asfalto
Versos descalços
Versos visitantes
Quebrados

Versos malditos
Desdobráveis
Versos pelejantes
Desarmados
Cacos de versos
Isento da gramática

Versos transcritos
Versos do meu
Eu
Versos cansados
Que caminham a pé.


Silmara Silva

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Janela...O corpo...

Eu vi pela janela
o corpo que passava pálido
na companhia de outros corpos
que diziam estar vivos
mais não estavam!
Já permanecia mortos
o arrepio da pele
me prendia no quarto
sozinha avistava o óbvio
o cheiro das rosas violetas
devorava - me as narinas
que cenas presenciei
naquela manhã morta
o corpo passava lento
o porvir já morto
as deformidades humanas expostas
somos corpos vivos
vivendo numa cápsula morta
vi tudo da janela
a dor do lamento
o amor sem alento
vi toda uma história... De alegrias... dores...promiscuidade...beleza...álcool...
passarem pela janela
mas já se passava sem vida
um futuro de mentiras
não posso mais presenciar
tenho no presente a verdade do porvir
não me deixo enganar
tenho todos os corpos na mente
que passaram na minha janela
tenho tudo que passou guardado em minhas mãos
tenho minha vida
que vejo passar pela janela
com medo de não mais existir.


Silmara Silva

domingo, 17 de agosto de 2008

O eu em Conflito




Todas as mentiras internas
São deletadas através de minhas
Lágrimas que pisam em meu rosto
Lavando a irônica face

Inexplico e complico as contradições
E, meu corpo reage à clausura.
Consigo então entranhar
As deformidades ruins da mente

Degradável consciência
Que rouba a essência da inconsciência
Do momento que penso
Estar fazendo certo

Todos os espelhos já não me olham
E, se não tento reação.
Vejo-me transfigurada
Em um verme
Comendo a mim mesma
Em um conflito único
E só meu...

Silmara silva

Visita




"Eu estava no prazer do meu ofício quando as dores me visitaram,sem controle da minha boca que expelia no pavor da ânsia frases errantes.Fui pega no febril vento da noite que ameaçava minhas enfermidades.Portanto não mais que o instante do sempre!Dormirei com medo de não mais acordar com o amanhã". Silmara Silva