E eu não sei comer isso de tempero forte
Os cantos de minha casa já não suportam
Minhas crises de ânsia apodrecem as paredes
Alguém bebeu meu encontro poético
Comeram o endereço da esquina
Breve indigestão da rua que se perdeu
Não voei ao longo do que não vi
Só buscava ver além do outro além
Morri de fome comendo a espera
Do tempo que não veio me ver
Chorei dentro de todos sim
Com que máscara vou sair
Se na face não sei mentir
Sobrevivo de dentro do vácuo
A sorte minha senhora algoz.
Silmara Silva
Silmara Silva