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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Entre Agulhas

O café da manhã desceu rasgando meu amor
Que triste decepção estampou na toalha da mesa
Ficaram apenas os farelos de pães doces
Soltos por entre o vapor da água quente no fogão

O meu amor largou a casa pela manhã
Nem suas roupas vermelhas lavei
Nem seu sorriso contemplei ao acordar
Foi tudo tão mágico que logo desabei

Por outros tantos retalhos me deixou
Não pude costurar o tecido passado
E agora a linha do presente me costura
Os botões negros da nossa mentira

As estampas daquela manhã meu amor
Estão entre as agulhas em meu peito ardendo
Não quero que voltes sorrindo ao colorido
Quero distante de mim para me ver sorrindo.

Silmara Silva

Um comentário:

Filipe Dias disse...

"Atiraste uma pedra no peito de quem só te fe tanto bem..."